sexta-feira, 2 de março de 2012

Literatura Poética x Literatura Profética


É correto usar uma literatura poética como uma literatura profética?

Analisando alguns textos bíblicos, olhando-os de uma forma mais analítica pude encontrar em alguns textos, possíveis interpretações que valem a pena serem analisados. Os textos são:

Salmo de nº. 2, 45,110. Tidos como salmos messiânicos.


O salmo de nº. 2 diz-nos o seguinte:

Salmo 2 (a rebelião das nações e a vitória do messias)

Fazendo uma leitura do texto cheguei a uma seguinte conclusão:

Analise de  Pr. Alexandre Reis

         Vários salmos são chamados messiânicos, por causa das alusões proféticas a Jesus, o messias. Eles falam acerca de sua vida, sua morte, sua ressurreição e de seu futuro reinado. Davi, o provável autor deste salmo foi pastor de ovelhas, soldado e rei. Ele também foi profeta (At2.29,30), por que descreveu a futura rebelião das nações e a vinda de Cristo para estabelecer seu reino eterno. Este salmo é frequentemente mencionado no NT (Hb 1.5,6; 5.5).

         Davi pode ter escrito este salmo durante uma conspiração de algumas nações pagãs contra Israel. Escolhido e ungido por Deus, Davi sabia que o Eterno cumpriria sua promessa de trazer o Messias ao mundo através de sua posteridade (2 Sm 7.16; 1Cr 17.11,12).

         Este salmo real, provavelmente ligado à cerimônia de entronização de um novo rei, contrasta a rebelião de um rei terreno com a grandeza e o poder de Deus. A coroação de um novo rei em Israel aparentemente era seguida de uma explosão de tumultos e de rebelião por parte das nações dominadas por Israel. Por conseguinte, o rei de Israel fazia valer sua autoridade como ungido de Deus ( Messias). A revolta contra o povo de Deus é interpretada como rebelião contra Deus.


Interpretação do Rev. Derek Kidner (Diretor, tyndale house, cambridge)

Logo no inicio de sua interpretação, o comentarista diz que o salmo entra diretamente no seu tema, e o por que inicial define a tonalidade da sua abordagem: surpresa mediante a rejeição insensata do domínio de Deus e do soberano estabelecido por Ele. Conspirar deixa de captar a nota de turbulência que se v~e noutras versões, e é interessante notar em 1b que imaginar é o verbo que se traduz “ meditar” em 1:2( surge a idéia de murmurar consigo mesmo) o descontentamento vai se cristalizando lentamente até se transformar na resolução do v3 uma reação tipicamente cega ao jugo suave de Deus e “laços de amor” (cf. Os 11:4) At 4:25-28 vê aqui uma profecia do calvário, sendo que os papéis de reis e príncipes são desempenhados por Herodes e Pilatos, respectivamente, e os dos gentios e povos, pelos “gentios e povos de Israel” ( plural, como  no salmo unidos contra o ungido do Senhor. Segundo Derek este salmo fala do menosprezo Divino e do decreto Divino, o autor relata que o decreto desenvolve a promessa de adoção dada ao herdeiro de Davi  (“ Eu lhe serei por pai, e ele me será por filho”) aqui as palavras podem ter sido falada como oráculos ou lidas em voz alta.
         O autor diz que “Os Reis estão convocados” tendo em vista o que foi dito acima, oferece-se ás nações amotinadas do prólogo a única esperança que é a submissão. Trata-se porém, de um convite mais do que um ultimato; a graça irrompe completamente na linha final. Sede  prudentes e deixai-vos advertir são expressões favoritas dos escritos de sabedoria. A presença delas, neste mais real de todos os salmos, deve nos advertir contra tornarmos por demais rígidas estas categorias literárias. Sendo que “ os caminhos do Senhor são justos” a bíblia nunca força uma separação entre autoridade e verdade, ou entre sabedoria e obediência.

         As quatros palavras hebraicas que abrangem a divisão entre estes dois versículos têm-se constituído em problema para os tradutores desde tempos mais antigos. Então fica claro para o autor que o sentido geral deste salmo é o de uma conclamação de submissão a Javé e ao Seu Ungido.  
                                                                         

Comentário de F.F BRUCE


         Segundo o autor esse salmo foi escrito especificadamente para uma coroação, ou talvez em algum momento critico em que o reinado do Rei foi ameaçado. O autor relata que o poeta pode ter sido o próprio rei, pois o salmo é atribuído a Davi e a Salomão (segundo kirkpatrick), ou a um profeta da corte ou um sacerdote.
         Há quatro estrofes bem definidas. Os versículos 1-3 descrevem a conspiração inútil dos reis terrenos, enquanto os versículos 4-6 mostram a reação do Rei celestial. Nos versículos 7-9, o rei davídico cita a sua autorização divina e o salmo conclui (v10-12) com a proclamação de um ultimato aos rebeldes. Essa interpretação teológica do papel do rei Davi vai muito além da realidade da experiência da monarquia. Nenhum rei de Judá nem mesmo Davi chegou a exercer domínio mundial. À medida que os reis se afastavam cada vez mais desse ideal posto diante deles, os homens olhavam para o futuro, ou seja, o cumprimento da promessa divina a Davi. Após a queda de Jerusalém em 587 a.C. e o fim da monarquia, salmos como esse passaram a s ser compreendidos e usado de forma profética e messiânica.


Salmo 110 diz-nos o seguinte (o reino, o sacerdócio e a vitória do messias)
                
Analise de Pr. Alexandre Reis

         Este salmo era usado durante a cerimônia de coroação dos reis da linhagem de Davi, para enfatizar que a autoridade do rei emanava do próprio Senhor. Como representante especial de Deus, o rei desempenhava o papel de sacerdote Melquisedeque, rei de salém e sacerdote do Deus altíssimo, abençoou Abraão depois do resgate de Ló. O salmo 110 é frequentemente citado no Novo Testamento em relação a Cristo. Jesus é o nosso Sumo Sacerdote e Rei.

          As prerrogativas do Messias, realeza universal e sacerdócio perpétuo, não decorrem de nenhuma investidura terrestre, como tampouco as do misterioso Melquisedeque, Cristo realiza literalmente este oráculo Cristo ressuscitado está sendo a direita do Pai.


Interpretação de F.F BRUCE
        
         Algumas partes desse salmo são muito preciosas para o cristão que aprendeu com base no NT a aplica-lo á obra de Cristo. Por trás dessa plenitude de significados, está uma longa historia pré-cristã. Infelizmente o seu significado original não está totalmente claro em alguns lugares; isso fica evidente quando comparado a possíveis interpretações só texto em outras versões como a da NVI. Para simplificar a reflexão, sugere o autor seguir uma analise do texto pela a NVI. Em sua origem esse foi um salmo régio recitado por um poeta da corte em honra ao rei davídico, evidentemente em alguma ocasião especial com a sua coroação. Dois oráculos divinos são citados, e cada um é ampliado pelo salmista.


Salmo 45 diz-nos o seguinte (a descrição profética da união entre Cristo e a sua igreja)
                
Analise de Pr. Alexandre Reis


         Este salmo é classificado como messiânico, por que descreve profeticamente o relacionamento do Messias com a igreja. No versículo 2 deste salmo vemos as abundantes bênçãos de Deus sobre o seu ungido; dos versículos seis a oito encontramos o cumprimento delas em Cristo (Hb 1.8,9).

Interpretação do Rev. Derek Kidner (Diretor, tyndale house, cambridge)

Derek diz que: esta benção pronunciada sobre um casamento é tão deslumbrante como a ocasião que acompanha. O esplendor esterno do evento se evoca em cada linha, e, por baixo da superfície, podemos sentir quão momento ele é para as duas personalidades centrais: tanto um fim como um novo começo(10-11,16-17), fundamental não apenas para ele, como também para o reino, cujo futuro se vincula como filhos que produzirão. Além disto, o salmo é messiânico. Os parabéns para a família real repentinamente se desabrocham em honrarias divinas(6-7), e o Novo Testamento as interpreta conforme a inteireza do seu valor.
         Este ultimo fato tem implicações possíveis para outro exemplo de poesia de casamento, cantares de Salomão, pois, pela sua linguagem e seu título, cânticos de amor, o salmo entra tão claramente na categoria de poesia literalmente nupcial como cantares, e, ao mesmo tempo, fala indubitavelmente de Cristo. Como prova bastaria que um nível de significado não precisa excluir o outro, mas Efésios 5:32-33 coloca o assunto além das dúvidas.

Interpretação de F.F BRUCE
         Segundo Bruce, não pode haver duvidas de que cânticos como esse eram cantados em casamentos da realeza durante o período da monarquia Israelita. É impossível no entanto identificar o rei especifico para quem esse cântico foi originalmente composto. Alguns comentaristas dizem que foi para um rei do norte (Acabe, Jeú ou Jeroboão ll) outros dizem que foi para um monarca davidico (salomão, ou Jeorão). Em geral se pensa que a noiva foi uma estrangeira possivelmente de Tiro ou do Egito. Numa data posterior, provavelmente depois da interrupção da monarquia, o salmo recebeu uma interpretação messiânica (assim o targum), em que a noiva representava Israel. No pensamento cristão, ele é aplicado a Cristo e à igreja como sua noiva. No livro de orações, foi designado para o Dia de Natal.

OBRAS CONSULTADAS
FRANCIS, FOULKES: Salmos  introdução e comentário, editora mundo cristão

RUSSEL, NORMAM CHAMPLIN: O novo testamento interpretado, versículo por versículo: editora S/a.

MYER PEARLMAM: Através da bíblia livro por livro: editora vida.

F.F BRUCE: Introdução e comentário: editora mundo cristão.

F.F BRUCE: Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento: Editora Vida

ALEISTER CROWLEY: Liber LVIII Guematria um Artigo sobre qabalah. (THE TEMPLE OF SALOMON THE KING EDITADO POR ERNANDO AIWASS LIGVORI).


A BÍBLIA SAGRADA. Versão digital 6.0, programada por: Marcelo Ribeiro de Oliveira, 2006.

Bíblia DE JERUSALÉM: Nova edição, revista e ampliada, paulus 2002.

DEREK KIDNER: Salmos introdução e comentário, salmos 1-72.


DEREK KIDNER: Salmos introdução e comentário, salmos 75-100.





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