É correto usar uma
literatura poética como uma literatura profética?
Analisando alguns
textos bíblicos, olhando-os de uma forma mais analítica pude encontrar em
alguns textos, possíveis interpretações que valem a pena serem analisados. Os
textos são:
Salmo de nº. 2, 45,110. Tidos como salmos messiânicos.
O salmo de nº. 2 diz-nos o seguinte:
Salmo 2 (a rebelião das nações e a vitória do messias)
Fazendo uma leitura do
texto cheguei a uma seguinte conclusão:
Analise de Pr. Alexandre Reis
Vários salmos são chamados messiânicos,
por causa das alusões proféticas a Jesus, o messias. Eles falam acerca de sua
vida, sua morte, sua ressurreição e de seu futuro reinado. Davi, o provável
autor deste salmo foi pastor de ovelhas, soldado e rei. Ele também foi profeta
(At2.29,30), por que descreveu a futura rebelião das nações e a vinda de Cristo
para estabelecer seu reino eterno. Este salmo é frequentemente mencionado no NT
(Hb 1.5,6; 5.5).
Davi pode ter escrito este salmo
durante uma conspiração de algumas nações pagãs contra Israel. Escolhido e
ungido por Deus, Davi sabia que o Eterno cumpriria sua promessa de trazer o
Messias ao mundo através de sua posteridade (2 Sm 7.16; 1Cr 17.11,12).
Este salmo real, provavelmente ligado à
cerimônia de entronização de um novo rei, contrasta a rebelião de um rei
terreno com a grandeza e o poder de Deus. A coroação de um novo rei em Israel
aparentemente era seguida de uma explosão de tumultos e de rebelião por parte
das nações dominadas por Israel. Por conseguinte, o rei de Israel fazia valer
sua autoridade como ungido de Deus ( Messias). A revolta contra o povo de Deus
é interpretada como rebelião contra Deus.
Interpretação do Rev.
Derek Kidner (Diretor, tyndale house, cambridge)
Logo no inicio de
sua interpretação, o comentarista diz que o salmo entra diretamente no seu
tema, e o por que inicial define a tonalidade da sua abordagem: surpresa
mediante a rejeição insensata do domínio de Deus e do soberano estabelecido por
Ele. Conspirar deixa de captar a nota de turbulência que se v~e noutras
versões, e é interessante notar em 1b que imaginar é o verbo que se traduz “
meditar” em 1:2( surge a idéia de murmurar consigo mesmo) o descontentamento
vai se cristalizando lentamente até se transformar na resolução do v3 uma
reação tipicamente cega ao jugo suave de Deus e “laços de amor” (cf. Os 11:4)
At 4:25-28 vê aqui uma profecia do calvário, sendo que os papéis de reis e
príncipes são desempenhados por Herodes e Pilatos, respectivamente, e os dos
gentios e povos, pelos “gentios e povos de Israel” ( plural, como no salmo unidos contra o ungido do Senhor.
Segundo Derek este salmo fala do menosprezo Divino e do decreto Divino, o autor
relata que o decreto desenvolve a promessa de adoção dada ao herdeiro de
Davi (“ Eu lhe serei por pai, e ele me
será por filho”) aqui as palavras podem ter sido falada como oráculos ou lidas
em voz alta.
O autor diz que “Os Reis estão
convocados” tendo em vista o que foi dito acima, oferece-se ás nações
amotinadas do prólogo a única esperança que é a submissão. Trata-se porém, de
um convite mais do que um ultimato; a graça irrompe completamente na linha
final. Sede prudentes e deixai-vos
advertir são expressões favoritas dos escritos de sabedoria. A presença delas,
neste mais real de todos os salmos, deve nos advertir contra tornarmos por
demais rígidas estas categorias literárias. Sendo que “ os caminhos do Senhor
são justos” a bíblia nunca força uma separação entre autoridade e verdade, ou
entre sabedoria e obediência.
As quatros palavras hebraicas que
abrangem a divisão entre estes dois versículos têm-se constituído em problema
para os tradutores desde tempos mais antigos. Então fica claro para o autor que
o sentido geral deste salmo é o de uma conclamação de submissão a Javé e ao Seu
Ungido.
Comentário de F.F
BRUCE
Segundo o autor esse salmo foi escrito
especificadamente para uma coroação, ou talvez em algum momento critico em que
o reinado do Rei foi ameaçado. O autor relata que o poeta pode ter sido o
próprio rei, pois o salmo é atribuído a Davi e a Salomão (segundo kirkpatrick),
ou a um profeta da corte ou um sacerdote.
Há quatro estrofes bem definidas. Os
versículos 1-3 descrevem a conspiração inútil dos reis terrenos, enquanto os
versículos 4-6 mostram a reação do Rei celestial. Nos versículos 7-9, o rei
davídico cita a sua autorização divina e o salmo conclui (v10-12) com a
proclamação de um ultimato aos rebeldes. Essa interpretação teológica do papel
do rei Davi vai muito além da realidade da experiência da monarquia. Nenhum rei
de Judá nem mesmo Davi chegou a exercer domínio mundial. À medida que os reis
se afastavam cada vez mais desse ideal posto diante deles, os homens olhavam
para o futuro, ou seja, o cumprimento da promessa divina a Davi. Após a queda
de Jerusalém em 587 a .C.
e o fim da monarquia, salmos como esse passaram a s ser compreendidos e usado
de forma profética e messiânica.
Salmo 110 diz-nos o
seguinte (o reino, o sacerdócio e a vitória do messias)
Analise de Pr. Alexandre
Reis
Este salmo era usado durante a
cerimônia de coroação dos reis da linhagem de Davi, para enfatizar que a
autoridade do rei emanava do próprio Senhor. Como representante especial de
Deus, o rei desempenhava o papel de sacerdote Melquisedeque, rei de salém e
sacerdote do Deus altíssimo, abençoou Abraão depois do resgate de Ló. O salmo
110 é frequentemente citado no Novo Testamento em relação a Cristo. Jesus é o
nosso Sumo Sacerdote e Rei.
As prerrogativas do Messias, realeza universal
e sacerdócio perpétuo, não decorrem de nenhuma investidura terrestre, como
tampouco as do misterioso Melquisedeque, Cristo realiza literalmente este
oráculo Cristo ressuscitado está sendo a direita do Pai.
Interpretação de F.F
BRUCE
Algumas partes
desse salmo são muito preciosas para o cristão que aprendeu com base no NT a
aplica-lo á obra de Cristo. Por trás dessa plenitude de significados, está uma
longa historia pré-cristã. Infelizmente o seu significado original não está
totalmente claro em alguns lugares; isso fica evidente quando comparado a
possíveis interpretações só texto em outras versões como a da NVI. Para
simplificar a reflexão, sugere o autor seguir uma analise do texto pela a NVI.
Em sua origem esse foi um salmo régio recitado por um poeta da corte em honra
ao rei davídico, evidentemente em alguma ocasião especial com a sua coroação.
Dois oráculos divinos são citados, e cada um é ampliado pelo salmista.
Salmo 45 diz-nos o
seguinte (a descrição profética da união entre Cristo e a sua igreja)
Analise de Pr.
Alexandre Reis
Este salmo é classificado como
messiânico, por que descreve profeticamente o relacionamento do Messias com a
igreja. No versículo 2 deste salmo vemos as abundantes bênçãos de Deus sobre o
seu ungido; dos versículos seis a oito encontramos o cumprimento delas em
Cristo (Hb 1.8,9).
Interpretação do Rev.
Derek Kidner (Diretor, tyndale house, cambridge)
Derek diz que: esta
benção pronunciada sobre um casamento é tão deslumbrante como a ocasião que
acompanha. O esplendor esterno do evento se evoca em cada linha, e, por baixo
da superfície, podemos sentir quão momento ele é para as duas personalidades
centrais: tanto um fim como um novo começo(10-11,16-17), fundamental não apenas
para ele, como também para o reino, cujo futuro se vincula como filhos que
produzirão. Além disto, o salmo é messiânico. Os parabéns para a família real
repentinamente se desabrocham em honrarias divinas(6-7), e o Novo Testamento as
interpreta conforme a inteireza do seu valor.
Este ultimo fato tem implicações
possíveis para outro exemplo de poesia de casamento, cantares de Salomão, pois,
pela sua linguagem e seu título, cânticos de amor, o salmo entra tão claramente
na categoria de poesia literalmente nupcial como cantares, e, ao mesmo tempo,
fala indubitavelmente de Cristo. Como prova bastaria que um nível de
significado não precisa excluir o outro, mas Efésios 5:32-33 coloca o assunto
além das dúvidas.
Interpretação de F.F
BRUCE
Segundo Bruce,
não pode haver duvidas de que cânticos como esse eram cantados em casamentos da
realeza durante o período da monarquia Israelita. É impossível no entanto
identificar o rei especifico para quem esse cântico foi originalmente composto.
Alguns comentaristas dizem que foi para um rei do norte (Acabe, Jeú ou Jeroboão
ll) outros dizem que foi para um monarca davidico (salomão, ou Jeorão). Em
geral se pensa que a noiva foi uma estrangeira possivelmente de Tiro ou do
Egito. Numa data posterior, provavelmente depois da interrupção da monarquia, o
salmo recebeu uma interpretação messiânica (assim o targum), em que a noiva
representava Israel. No pensamento cristão, ele é aplicado a Cristo e à igreja
como sua noiva. No livro de orações, foi designado para o Dia de Natal.
OBRAS
CONSULTADAS
FRANCIS,
FOULKES: Salmos introdução e comentário,
editora mundo cristão
RUSSEL,
NORMAM CHAMPLIN: O novo testamento interpretado, versículo por versículo:
editora S/a.
MYER
PEARLMAM: Através da bíblia livro por livro: editora vida.
F.F BRUCE: Introdução e comentário: editora mundo cristão.
F.F BRUCE: Comentário Bíblico NVI: Antigo e Novo Testamento:
Editora Vida
ALEISTER CROWLEY:
Liber LVIII
Guematria um Artigo sobre qabalah. (THE TEMPLE
OF SALOMON THE KING EDITADO
POR ERNANDO AIWASS LIGVORI).
A BÍBLIA SAGRADA. Versão digital 6.0, programada por:
Marcelo Ribeiro de Oliveira, 2006.
Bíblia DE JERUSALÉM: Nova edição, revista e ampliada, paulus
2002.
DEREK KIDNER: Salmos introdução e comentário, salmos 1-72.
DEREK
KIDNER: Salmos introdução e comentário, salmos 75-100.
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